Eleita a 7 de junho de 1903 para um mandato de 2 anos, a primeira Mesa Administrativa contava, no final desse mesmo mês, com um saldo de 296 650 reis, que rendia, em novembro do ano corrente, 19 420 reis, mais três quartas de milho e um frango, a que se juntaram tantos outros valiosos donativos em numerário, fruto de peditórios, mas também seis balandraus, para completar os distintivos com que a Mesa podia apresentar-se em atos solenes; outras quantias oferecidas à Misericórdia resultaram da Festa da Flor, da venda dos bilhetes do torneio de 4 de maio (tiro aos pombos) e de subscrições feitas através do “Jornal de Paredes”, paralelamente aos donativos feitos diretamente pelos Irmãos.
Apesar de todos os esforços, só foi possível a abertura oficial do hospital no dia 8 de julho de 1928, pelas 16 horas, sem festividades, tendo sido benzida solenemente a Capela do Hospital, os seus santos, as alfaias e os vasos sagrados.
Anos volvidos, e eleitos novos corpos gerentes, deliberou-se a construção de um novo pavilhão com uma enfermaria para mulheres com doze camas, outra para homens com igual capacidade, uma secção para parturientes com duas camas e mais duas secções para crianças com duas camas cada uma. Contudo, rapidamente também estas obras de melhoramento se mostraram insuficientes e ultrapassadas para acompanhar o desenvolvimento rápido e acentuado do concelho, pelo que a decisão passou por aproveitar o terreno contíguo, para se construir um novo edifício que, a partir de 1965, honrando a terra e a instituição, suprisse definitivamente as carências crescentes da população.
As melhorias de toda a ordem constantemente introduzidas no seu funcionamento, resultado da dedicação e da competência do seu corpo clínico e do pessoal auxiliar, aliado à colaboração de um excelente grupo de cirurgiões e ao ótimo ambiente hospitalar, fizeram do Hospital de Paredes uma das melhores unidades hospitalares sub-regionais do distrito do Porto, a que acorriam doentes de toda a parte.
A revolução do 25 de abril e a mudança de regime afetaram também a vida da Misericórdia de Paredes, cujas inevitáveis dificuldades e dúvidas acabariam por ditar a substituição da Mesa por uma Comissão Administrativa, pelo que o Estado assumia assim a gestão dos serviços do hospital, ocupando para o efeito os edifícios que pertenciam por direito próprio à(s) Misericórdia(s).
Anos mais tarde, proceder-se-ia à integração do hospital de Paredes no Centro Hospital do Vale do Sousa.
Cinco anos e alguns meses depois, o monte Ramil era escolhido como local de implantação do hospital, por oferta da Senhora Dona Engrácia Ferreira Neto de Meireles Freire de dois terrenos de mato, ficando apenas a faltar a concretização da compra dos dois terrenos contíguos, com área de 9 394m², que custariam 400 000 reis, para perfazer um total de 21 416m².